segunda-feira, 24 de maio de 2010

Carta de um caipira

E aí muié, como vai as coisa aí?
Aqui tudo bem, mas estúrdia conticeu uns trem trapaiado aqui viu...
Vi um caboquim mei estrain, sentado em riba de uma preda. Puis pia só, tinha um tamburete ali berano e mesassim ele axou mior a preda. Passei e dei logo um “bum dia” prele, lá pelas tantas da tarde, o diaxu Du homi ainda abeirava lá.
Cumó diz o oto, nóis é da roça mais num é bobo não, fiquei preucupado por dimais cum aquilo, até messem vê,ispiculei:
_ Que cê ta quereno aí?
Quando é fé ele me retrucou dizenu:
_ Num é da sua conta não.
RaarrRa, si eu ia deixa um negóço dessi assim, mai é nunca. Vortei lá em casa peguei a garruxa e lá em vem o danado com uma baita duma tal “metraiadora” priguntô:
_ Que cê qué rapá??
Eu qui num sô bobo fui logo dizeno:
_ Uai siô! Vim caça um trem procê cume, já que ocê fico u dinterim sentado aí,deve de tá numa fome arretada; mais pelo que tô venu ocê já tinha pensado em caça tamém né siô!!
Mais fica dispreucupada, agora nóis inté tá amigo... num tem nada pra fazê aqui, intão nóis té que diverte os dois junto.
Bão vô pará di iscreve si não vai pesar e a carta vai fica mais cara, só precisava dum bucado de tempo pra te fala uns trem dos mais importante, óia eu vim pra cá pra ganhar um cadin de dinheiro, mais inté agora num consegui nada não, então vou ficar mais uns meis aqui. Enquanto isso procê num fica disamparada, cói as mandioca pra vende e tirar uma graninha, num vai me arruma oto homi não viu, enquanto eu num tive aí, vai se contentano com nosso jegue.
E só procê num ficá sem entender, tô mandano uma carta dentro dotra, que é pra modi quê, uma num chegá a ota chega né.
Um beju gostoso procê, se eu ganha uns miréis a mais,compro tamém uma dentadura pra mode nóis revesa né, as veis té sobra uns trocadinho pra uma gilete, faiz tempo que nóis num vê uma.
Sardade pur dimais doce siô!!


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